
03 Jul “Swish”, um apoio fora das quatro linhas
Está a ser desenvolvido um novo software para analisar variáveis de rendimento táctico colectivo pelos investigadores do CIDESD e do INESC TEC. O “Swish” vai apoiar as decisões das equipas técnicas durante o processo de treino e jogo.
«A utilização de tecnologia de recolha e processamento de dados foi uma das grandes revoluções que se verificaram nas Ciências do Desporto. Por isso, o “Swish” nasceu da actual necessidade dos treinadores e analistas da performance poderem utilizar, de forma dinâmica e interactiva, a grande quantidade de dados que recolhem das suas equipas», afirma o director do CIDESD, Jaime Sampaio.
Como plataforma de processamento e visualização de dados posicionais dos jogadores, o “Swish” permite o cálculo de variáveis (exemplos: distância entre jogadores, área ocupada pela equipa, etc.) que vão ajudar os analistas a melhorar a performance dos jogadores e da equipa a que pertencem.
O fundamento técnico e científico do “Swish” tem estado a cargo dos investigadores do CreativeLab-CIDESD Jaime Sampaio, Bruno Gonçalves e Nuno Leite, sendo a sua concepção informática da responsabilidade dos investigadores do INESC-TEC e do departamento de engenharias da UTAD (Nuno Lopes, André Sousa, João Barroso, Hugo Paredes e Arsénio Reis).
«Hoje em dia, é impensável tomar decisões de qualidade sem recorrer ao suporte de dados objectivos, por exemplo, para os processos de identificação e desenvolvimento de talentos desportivos, para o processo de prevenção e recuperação de lesões, para os processos de optimização do rendimento. É neste sentido que as colaborações com outras áreas da ciência surgem naturalmente. A necessidade de contar com especialistas em engenharia é constante e tem sido um acelerador do conhecimento e das boas práticas», sublinha Jaime Sampaio.
Multiplataforma, responsivo e user-friendly
Com um design responsivo, “Swish” é uma plataforma web que pode ser acedida e usada por qualquer dispositivo (computadores, tablets e smartphones), que permitirá que os dados recolhidos possam ser customizados em formato de relatório pelos seus utilizadores.
«O sistema possui um componente central, onde é feita a gestão e visualização dos dados, e um componente de processamento, uma Web API que trata do cálculo das variáveis e as devolve ao utilizador», revela o investigador Nuno Lopes.
Na prática, o analista insere o ficheiro com os dados posicionais, sendo estes guardados na base de dados do “Swish”. «Depois, o jogo pode ser acedido e será mostrada uma recriação 2D do campo, com a qual se pode interagir e onde podemos calcular varáveis relacionadas com distâncias, velocidades, comportamentos em grupo e vários tipos de diagramas», acrescenta.
De destacar ainda a capacidade da plataforma “Swish” receber dados de vários sistemas de rastreamento (Bluetooth, UWB, GPS), o que «a torna muito flexível», e a usabilidade do interface que possibilita «que qualquer utilizador seja capaz de retirar grandes proveitos do processamento».
«O software de processamento que existe no mercado é sempre acoplado ao hardware de captura de dados, ou seja, não existem plataformas capazes de receber (e comparar) dados com diferentes proveniências de captura. Por outro lado, tudo o que existe no mercado se baseia em análises de carga externa (distâncias, velocidades e acelerações), mas o “Swish” explora, sobretudo, a forma como a carga externa se relaciona com variáveis individuais e colectivas de natureza mais táctica», reitera o director do CIDESD.
Desenvolvido no âmbito do projeto NanoSTIMA: Macro-to-Nano Human Sensing: Towards Integrated Multimodal Health Monitoring and Analytics, o “Swish” tem estado a ser “testado e afinado”, pelo que é de esperar que “em breve” sejam disponibilizadas versões para serem plenamente utilizadas.