O que sabem os novos estudantes sobre o mundo da investigação em Ciências do Desporto?

O que sabem os novos estudantes sobre o mundo da investigação em Ciências do Desporto?

Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), ingressaram 83 alunos no curso de Ciências do Desporto na 1ª fase de acesso ao Ensino Superior. Numa altura em que as rotinas académicas incluem iniciativas de integração dos novos alunos, importa perceber o que sabem eles sobre o mundo da investigação ou até se equacionam vir a investir numa carreira de investigação científica.

“Os investigadores procuram encontrar soluções para alguns problemas do dia-a-dia”, atira a vila-realense Rita Baptista. Contudo, na área do desporto não sabe “em concreto o que fazem”. A jovem estudante admite que “nunca” foi seu objectivo trabalhar como investigadora num laboratório. “Não gosto de estar fechada num gabinete e acho que é uma coisa muito rotineira. Mas posso vir a mudar de ideias”, acrescenta.

Aos 18 anos, Francisca Santos veio de Guimarães para estudar na UTAD. Confrontada com a questão “o que é a investigação?”, a resposta é tímida e vaga: “é investigar sobre determinada coisa”. Também o colega André Vieira, natural de Penafiel, reconhece: “não sei bem o que fazem os investigadores”. “Já ouvi falar, mas nunca pesquisei muito sobre o assunto. Mas se tiver mais informações, talvez me possa vir a interessar”, esclarece.

Francisca afirma que tem “bastante interesse” na área da investigação, ainda que “não seja o que mais gosta”. “Não fazia ideia que existia aqui um centro de investigação em Desporto, mas poderá trazer mais formações e saberes, o que poderá ajudar no futuro”, refere.

Já a colega Catarina Fernandes, natural de Santa Marta de Penaguião, arrisca que os investigadores “tentam procurar novas coisas”. Aos 18 anos, ainda não tem um objectivo definido para a sua vida profissional, pelo que “talvez” possa vir a ter interesse numa carreira como investigadora. Para já, admite a possibilidade de, ao longo do percurso académico, se interessar pela área, “dependendo dos conceitos e daquilo que vão abordando”. “Pode vir a ser uma experiência diferente”, justifica.

Da melhoria do rendimento à prevenção de lesões

Apesar de alguns alunos revelarem um conhecimento incipiente sobre o processo de investigação e o seu impacto, há quem tenha uma percepção mais estruturada. “Tenho ideia de que será muito à base de recolha e análise de dados para melhorar a performance ou para prevenir lesões”, revela Vítor Costa, 23 anos.

O estudante de 1º ano reconhece que é uma das áreas onde tem “mais interesse”. “Um dos meus objectivos é, possivelmente, trabalhar em clubes desportivos na área da observação e recolha de dados. Tenho esse foco e poderá ser por aí que seguirá a minha vida profissional”, sublinha o jovem nascido em Amarante.

Por seu turno, Marcos Fonseca, 19 anos, aponta que a investigação irá mais no sentido de “pesquisar sobre como fazer que o rendimento do jogador seja ainda melhor, o que poderá ser interessante para os clubes”. Nascido em Estarreja, este aluno gostava de fazer investigação, com a premissa desta estar relacionada com a sua modalidade de eleição: “se trabalharem com algum clube de badminton, eu vou estar envolvido, mas se for outra área, já não tenho interesse”.